Segundo a associação, contrato de prevenção ajuda a reduzir custos e evitar incidentes com os equipamentos
A AABIC (Associação das Administradoras de Bens Imóveis e Condomínios de São Paulo), a maior entidade representativa do segmento de São Paulo, vem reforçar cuidados básicos de manutenção para garantia da segurança e do bom funcionamento de elevadores nos condomínios. De acordo com a entidade, os equipamentos influenciam muito nos custos orçamentários dos empreendimentos, envolvem diretamente a responsabilidade do síndico e aparecem no topo das listas de reclamações de moradores. Em São Paulo, dois incidentes recentes envolvendo quedas de elevadores servem de alerta para a necessidade de uma gestão mais eficiente.
Segundo a AABIC, todo condomínio com elevador é obrigado por lei a contratar uma empresa de manutenção. Para fechar o negócio, as empresas normalmente oferecem dois tipos de contratos para gestão dos equipamentos: o de manutenção e o de conservação. Nos dois casos o condomínio normalmente tem direito a assistências 24h, reparos preventivos e emissão do RIA (Relatório de Inspeção Anual), documento exigido pela prefeitura para manter os equipamentos operando. O diferencial está no fornecimento de peças de reposição, inclusas no contrato de manutenção e pagas à parte no contrato de conservação.
A AABIC alerta para a importância de os condomínios assumirem uma postura mais preventiva. A cobertura total de peças facilita o planejamento orçamentário, sobretudo para condomínios com elevadores mais antigos, diz o presidente da associação, José Roberto Graiche Júnior. O dirigente destaca que, mesmo os empreendimentos recém-inaugurados, com equipamentos novos, precisam pensar no futuro antes de optar pelo modelo de conservação. Lá na frente, uma mudança do tipo de contrato pode acabar saindo caro para os moradores, explica Graiche Júnior.
A AABIC esclarece, portanto, que cabe ao condomínio avaliar o tempo de uso dos equipamentos para concluir qual modalidade é mais vantajosa. No ato da contratação da empresa, o empreendimento pode exigir uma vistoria para atestar o atual estado das peças, procedimento que pode auxiliar na decisão e até servir para negociar condições melhores. É imprescindível, porém, que o condomínio escolha empresas que possuam engenheiros e técnicos treinados.
Sinais de alerta
Para o síndico, a boa gestão começa por planejamento e prevenção. A AABIC indica que é necessário observar diariamente se o elevador está parando fora do lugar, emitindo barulhos estranhos ou variando velocidade. Os equipamentos não possuem vida útil, mas funcionam como um carro, compara o presidente da associação. Com o passar do tempo, fica inevitável a troca da pastilha de freio, da bateria, do óleo e dos demais componentes do veículo. Com o elevador, o procedimento é o mesmo, explica Graiche Júnior.
A AABIC lembra que qualquer indício de problema deve ser comunicado à empresa responsável pela manutenção dos equipamentos, que deve ter uma licença ativa e registro junto à Secretaria de Desenvolvimento Urbano. Em São Paulo, 130 prestadoras de serviço estão cadastradas atualmente na base da prefeitura. A cidade possui normas específicas para instalação e operação de elevadores (leis 10.348 e 12.751), o que significa mais rigidez na fiscalização e cuidados redobrados do síndico. Em caso de negligência, o síndico pode responder civil e criminalmente por qualquer problema com elevadores, inclusive com seus próprios bens em caso de indenizações.