índice de imóveis vagos encerrou o segundo trimestre em 24,3%, praticamente o mesmo percentual registrado em junho de 2020
A segunda onda de Covid-19, que elevou o número de infectados nos primeiros meses do ano, freou a recuperação do mercado de locação de imóveis no Estado de São Paulo e manteve a taxa de vacância estável, em 24,3%, no segundo trimestre de 2021. A Associação das Administradoras de Bens Imóveis e Condomínios de São Paulo (AABIC), responsável pelo levantamento, no entanto, projeta uma diminuição no número de imóveis vagos a partir do segundo semestre, com o avanço da vacinação.
A instituição realiza a pesquisa a partir de uma amostra de mais de 19 mil imóveis em todo o Estado, associadas à entidade. Em março de 2020, antes da pandemia, o percentual de imóveis vagos estava em 18%. Com o impacto causado pelas restrições provocadas pela Covid-19, a taxa subiu, para 24% em junho do ano passado, 25% em dezembro, e volta aos 24,3% agora, em junho deste ano. “Os níveis de desocupação estavam melhorando no começo de 2021, mas a segunda onda da Covid-19 freou o avanço. O bom é que não houve retrocesso e o mercado já registra movimentação na procura dos imóveis, com o avanço da vacina. A tendência é que voltaremos ao nível pré-pandemia”, projeta José Roberto Graiche Júnior, presidente da AABIC.
Segundo o levantamento da Associação, a locação de imóveis comerciais segue estável, com 28% de desocupação em junho ante março deste ano, que registrou vacância de 27,5%. Em dezembro, esse segmento apurou o auge imóveis vagos, 38%. Para o presidente da AABIC, a procura começa a melhorar e o pior momento ficou em 2020. “A segunda onda fez com que o Estado adotasse medidas ainda mais restritivas para a circulação das pessoas e de empresas, que mantiveram o home office. A vacinação reduz a possibilidade desse cenário se repetir e o segmento comercial começa a planejar a volta ao presencial”, avalia Graiche Júnior.
Já a vacância residencial, em junho, foi de 22,5%, levemente acima de março, que registrou taxa de 20,6%. Para o presidente da AABIC, o home office e as aulas EAD justificam parte da alta. “Tradicionalmente, o Estado recebe muita migração de universitários e trabalhadores, o que não ocorreu este ano”. No entanto, o ambiente macroeconômico indica uma perspectiva otimista, segundo Graiche. “O cenário está mais propício para a retomada da locação, com avanço da vacinação e o retorno das atividades presenciais. Após um ano de dificuldade na economia do país, as empresas devem retomar contratações, o que impulsionará a mudança para cidades maiores e, naturalmente, a procura pelo aluguel de novas moradias”, reflete o presidente de AABIC.
Outro ponto que o dirigente afirma ter impactado a locação residencial é o aumento da oferta de imóveis, já que houve crescimento no número de empreendimentos residenciais construídos nos últimos anos e que estão sendo entregues em 2021.